OS PROFISSIONAIS ESTÃO DEFASADOS. E SABEM DISSO

UMA PESQUISA MOSTRA QUE OS FUNCIONÁRIOS TÊM CONSCIÊNCIA DE QUE PRECISAM DESENVOLVER MAIS HABILIDADES DO QUE AS QUE JÁ TÊM PARA DAR CONTA DA DEMANDA ATUAL

Será que os profissionais se sentem tecnicamente preparados para desempenhar suas funções? Até agora, poucos estudos examinaram o ponto de vista do funcionário. Neste mês, a Harvard Business Review publicou uma pesquisa, recém-lançada, que confirma a ideia de que as pessoas precisam desenvolver mais habilidades do que as que já têm para dar conta da demanda atual – especialmente relacionada à tecnologia.

Ao longo da última década, os empresários têm alardeado uma grande dificuldade em encontrar profissionais preparados para os desafios do ambiente de trabalho. É o famoso apagão de talentos. Recentemente, porém, vozes influentes desafiaram essa tese. Por exemplo, um editorial escrito pelo conselho do The New York Times afirmava que a tal lacuna de habilidades entre os profissionais é, na maioria das vezes, uma ficção corporativa. “Não culpo a força de trabalho”, afirmava o texto. Segundo ele, a realidade era que os empregadores estão em busca de profissionais mais bem formados e esperam que “o governo assuma mais os custos da formação acadêmica dos trabalhadores, antes cobertos pelos empresários, como parte do desenvolvimento do funcionário".

Já a nova pesquisa, conduzida pela Udemy, uma empresa que promove cursos online, desafia a visão de que o déficit de competências é uma lenda do mercado. Pelo menos, nos Estados Unidos. Uma amostra de mil norteamericanos, com idades entre 18 e 65 anos, escolhidos aleatoriamente, mostrou que 61% também sentem que têm uma lacuna de competências. Especificamente, 54% sentem que ainda não têm todo o conhecimento que precisam para desempenhar suas funções.

Além disso, cerca de um terço afirmou que a falta de habilidades o impede de conseguir remunerações maiores. E um terço perdeu uma promoção ou uma nova oportunidade de trabalho porque não tinha as competências necessárias para o cargo.Dentre os que relataram não ter as competências necessárias para realizar o trabalho atual, 33% reportaram a falta de competências técnicas, incluindo conhecimentos de informática. As habilidades de gestão foram a segunda lacuna mais relevante.

Os entrevistados enfatizaram que as habilidades aprendidas na academia diferem daquelas exigidas no trabalho. Portanto, a escolaridade é importante, mas não é suficiente para garantir o sucesso posterior. Entre os entrevistados que frequentaram faculdade, apenas 41% relataram que o conhecimento aprendido durante o curso corresponde aos desafios de seu trabalho atual. Setenta e dois por cento dos precisam aprender novas habilidades para dar conta da demanda de trabalho. De modo geral, os entrevistados relataram adquirir as novas habilidades em cursos formais – alguns com aulas presenciais, outros, online – e muitos absorvem conhecimento de maneira informal, com a ajuda de colegas e outras fontes.

De acordo com o levantamento, as empresas geralmente têm um papel importante, ajudando financeiramente os profissionais a continuarem os estudos: a maioria dos funcionários que fizeram cursos online ou presenciais tiveram as aulas pagas pelas empresas. Trinta por cento relataram que os empregadores são muito úteis em ajudá-los a ganhar novas competências. Outros 46% disseram que os empregadores eram apenas “um pouco” úteis nesse sentido.

No geral, o cenário condiz com o ponto de vista de que as novas tecnologias estão aumentando o nível de exigência em relação aos profissionais. As universidades, por sua vez, não ensinam tudo o que é necessário para as pessoas darem conta do trabalho. Consequentemente, o aprendizado nas empresas tornou-se muito importante. Os empresários não são os únicos a reconhecer esse desafio. Também os empregados sabem que há uma lacuna de habilidades real em seu desempenho. E estão tentando preenchê-la.

 

Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Inspiracao/Carreira/noticia/2014/09/os-profissionais-estao-defasados-e-sabem-disso.html

 

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