Trabalho muito, não sou reconhecido e estou desmotivado. O que fazer?

Há três caminhos a seguir. Só não escolha aquele da reclamação sem ação

O que fazer?, Competence Coaching

Foi com a pergunta que dá título a esse artigo, feita em tom de desabafo, que um jovem executivo abriu a conversa comigo na semana passada, durante um encontro informal em uma cafeteria de São Paulo. Integrante da área de suporte de uma multinacional, ele estava extremamente frustrado, pois na reunião de resultados o presidente havia elogiado somente os profissionais da área comercial que trouxeram grandes clientes. Meu interlocutor ressaltava que tinha passado o final de semana trabalhando para resolver um problema da sua área. Mas parecia que ninguém se importava com isso, sobretudo o presidente. Acho que essa frustração deve ser bem comum em muitos executivos, que se esforçam e não recebem a valorização que acreditam merecer.

Não existe uma resposta perfeita para essa pergunta, muito menos uma receita pronta para que a motivação volte e o reconhecimento apareça. Sendo assim, penso que o melhor caminho é uma combinação de pragmatismo extremo e avaliação das opções disponíveis para essa situação.

E foi essa combinação que usei na minha resposta ao ansioso jovem executivo.

Comecei estimulando-o a se colocar no lugar do presidente, dizendo que o camarada deve estar pressionado por resultados e por isso mesmo quis, ao destacar a performance da área comercial, chamar atenção para o fato. Pode ser ainda que o presidente nem tenha informações sobre o problema na área de suporte e do esforço que meu jovem amigo fez para resolvê-lo. Além disso, era preciso levar em conta que as áreas de suporte (TI, RH, Logística ou Assistência Técnica) tendem mesmo a ficar em um segundo plano num cenário de busca de receitas – a menos, claro, que tenham desenvolvido algum projeto capaz de reduzir consideravelmente as despesas. É natural, portanto, que o foco, o reconhecimento e as comemorações estejam, num momento como o atual, de crise, muito mais direcionados à área de vendas e retenção de clientes.

Ou seja – continuei –, não espere confete, pois ele não virá. Saber disso ajuda a não alimentar expectativas. Por outro lado, cabe a ele escolher entre três caminhos. O primeiro é se desmotivar, diminuir o ritmo de trabalho e externar publicamente sua frustração. O outro é entender a situação,  se colocar no lugar do presidente, continuar no ritmo forte, propor mudanças que tragam mais receitas e ter a certeza que entregou o seu melhor a cada jornada de trabalho. Ou,  finalmente , depois de uma análise criteriosa, começar a usar seu networking para tentar mudar de empresa – sempre lembrando que o mercado aprecia profissionais que entregam resultados, reclamam pouco e trabalham forte independentemente da situação que estão enfrentando no momento. Foi por isso que aconselhei esse executivo a optar pelo caminho 2 ou 3. O primeiro, apesar de dar vazão à frustração, e sabemos que reclamar às vezes é gostoso, não leva a lugar algum. Sem motivação não há energia para mudar e partir para um plano de ação. E ação, nesse caso, é o que importa, seguindo um caminho coerente com suas convicções .

Por isso, se nesse momento você não está sendo reconhecido, mesmo trabalhando forte e se dedicando diariamente, reflita sobre suas opções. E escolha aquela que faz mais sentido com o seu plano de carreira. Mas faça um grande favor a si mesmo: descarte caminhos improdutivos que só te fazem pertencer ao time dos que só reclamam. É de gente assim que as empresas não precisam. Nem hoje, nem nunca.

Sergio Chaia  foi presidente da Nextel , Sodexho Pass e vice- presidente para a América Latina da Symantec. Participa de diversos conselhos e atualmente é chairman da Óticas Carol. Também é palestrante e autor do livro Será que é possível?

Fonte:http://epocanegocios.globo.com/colunas/Ja-pensou/noticia/2016/02/trabalho-muito-nao-sou-reconhecido-e-estou-desmotivado-o-que-fazer.html

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