Você é um talento?
Descubra sem ter que perguntar ao seu chefe
Um dos efeitos colaterais do momento econômico que vivenciamos é a insegurança que ele traz ao mundo corporativo. Aumenta a pressão, cresce a dificuldade para implementar projetos, multiplicam-se as iniciativas de corte de despesas para proteger a lucratividade. Tudo isso traz ansiedade e preocupação à grande maioria dos profissionais. Pois bem. Nesse cenário, será que alguém pode se considerar blindado, imune à tesoura e às pressões impostas pela crise? Em tese, os mais talentosos sobrevivem – ou, pelo menos, deveriam sobreviver. Provavelmente com acúmulo de função, o dobro de responsabilidades e metas cada vez mais agressivas. Paciência. Faz parte do jogo. Mas a questão aqui é: Você está neste time? Considera-se um talento?
Dê uma pensada antes de responder. Não é uma questão simples, até por que quem era considerado um talento há três anos pode não estar mais nessa condição. Não porque tenha perdido o jeito, o brilho, mas porque as coisas mudam na empresa. Pode acontecer uma aquisição ou uma venda. Chegarem novos donos e novos chefes. Surgir um novo concorrente. Ocorrer uma virada drástica do mercado ou do cenário econômico (caso de agora)... A cada mudança um novo questionamento deve ser feito pelos profissionais que se interessam em manter relevante o seu diferencial competitivo. Afinal, se tudo muda, inclusive as prioridades estratégicas da sua empresa e do seu chefe , como saber se você continua tinindo, se é o craque de antigamente?
Desaconselho fortemente o caminho de perguntar ao chefe se você faz parte do seleto grupo que receberá tratamento diferenciado. Se ele ainda o vê como o cara, se há chances de promoção, etc, etc. e etc. Isso só demonstra insegurança e ansiedade. Ninguém gosta de profissionais carentes, de gente que precisa constantemente de afago profissional. A alternativa mais razoável é fazer uma reflexão da sua performance profissional.
Antes de dar as dicas de como fazer isso, permita-me fazer uma pequena digressão. Certa vez, estava almoçando com Alfredo Assumpção, fundador e atual CEO da Fesa, uma das maiores empresas de recutamento de executivos do Brasil, e a conversa se encaminhou para o tema “a escassez de talentos no Brasil”. Curioso, perguntei a ele, um especialista em identificar executivos de alta performance, qual era a sua definição de “talento”. Foi a melhor explicação que já ouvi em 30 anos de carreira. De um jeito bem humorado e muito pragmático, ele disse: “É a arte de se fazer necessário”. Decidi dissecar a frase de Alfredo para elaborar três pontos que considero fundamentais na reflexão sobre talento.
1) A arte: talento antes de tudo é arte. E arte envolve competências técnicas, mas também intuição, emoção, carisma e capacidade de comunicação
2) De se fazer: Isso é proatividade. Tem que executar, fazer acontecer
3) Necessário: Não adianta ser competente de vez em quando, comprometido quando lhe convém. É preciso ser imprescindível e isto significa abraçar todos os projetos com o mesmo vigor, emprestando a cada uma das missões o seu brilhantismo. A vitória de ontem já não conta mais.
Dê uma pensada na sua situação profissional atual sob a ótica da definição de talento do Alfredo.
Seja, enfim, essencial.
Fonte:http://epocanegocios.globo.com/colunas/Ja-pensou/noticia/2016/03/voce-e-um-talento.html
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