Cinco competências comportamentais para você ser um bom líder

Veja a seguir como se tornar um bom líder seguindo estas competências – e como você pode desenvolver cada uma delas

Competências Comportamentais, Competence Coaching

Por que algumas pessoas se tornam bem-sucedidas e outras não? Essa era a pergunta que incomodava Marcelo Veras, professor de planejamento de carreira e presidente da Inova Business School, de Campinas. Para ele, livros, workshops e cursos não eram o suficiente para responder à questão, que ouvia constantemente dos alunos em sala de aula. “Queria saber o que as pessoas que de fato chegaram ao topo tinham a dizer sobre isso”, afirma. 

Foi assim que, em julho de 2006, começou uma pesquisa sobre o assunto. Procurou pessoas em posições importantes de liderança, como diretores nacionais, vice-presidentes e presidentes para fazer uma pergunta simples: “Quais competências o trouxeram até aqui e como você definiria cada uma delas?”. 

Foram mais de 170 entrevistados desde então. A partir das respostas, Marcelo reuniu uma lista das principais habilidades apontadas pelos bem-sucedidos. Elas são divididas em três categorias: comportamentais (como agimos em relação a nós mesmos e às pessoas); técnicas (domínio da área de atuação e de competências básicas de linguagem e leitura); e de gestão, que, claro, têm a ver com nossa atitude na condição de líderes de pessoas e de negócios. 

Marcelo compara essas competências a um macarrão à bolonhesa. As competências técnicas são o espaguete, as comportamentais, o molho e o resultado final, as competências de gestão, são o macarrão à bolonhesa. “No curto prazo, ter apenas algumas competências funciona, mas, no fim, só uma combinação sólida é que mantém os líderes em seus cargos”, diz. 

Ou seja, as habilidades fazem mais sentido quando combinadas entre si e usadas de forma coerente. E, claro, dificilmente alguém terá todas elas superdesenvolvidas, mas criará um conjunto sólido delas – a sua própria receita.

 “Querer desenvolver todas as competências no mesmo grau é utopia”, diz Adriana Prates, presidente da Dasein Executive Search, consultoria de recrutamento, de Belo Horizonte. “As pessoas são diferentes e vão se destacar por diferentes motivos.” O segredo é identificar quais são as mais importantes para você. Ter essa clareza nem sempre é fácil, até porque envolve aceitar as limitações que temos, além de um conhecimento aprofundado de si mesmo. Esse entendimento serve, inclusive, para ver quando vale mais melhorar os pontos fortes e deixar os fracos de lado.

Tudo isso demanda saber escutar os outros e receber bem os feedbacks, além de criar o hábito de pensar sobre si mesmo. Para fazer isso, Silvana Mello, diretora da Lee Hecht Harrison, consultoria de transição de carreira, de São Paulo, propõe um exercício de autoanálise baseado em três dimensões. 

A primeira é tentar definir o que se busca em termos de carreira e vida no longo prazo. A segunda é entender por que você busca esses objetivos e o que motiva suas atitudes. A terceira é pensar como você fará para alcançar esses objetivos e que valores usará para chegar lá.  “Gosto desse modelo de tripé porque ele serve para buscar uma coerência no dia a dia e se obrigar a questionar sempre para onde você está indo e como”, diz Silvana.

De fato, um dos principais fatores que determinam o sucesso de uma empreitada é a clareza sobre por que se está fazendo aquilo. Mas, além disso, é preciso olhar para fora e notar como você está se comportando em relação ao meio em que atua. Isso significa prestar atenção ao que está acontecendo e identificar quais as demandas implícitas e explícitas das empresas e de seus colegas. Normalmente, o melhor sinal de que é preciso desenvolver uma competência é quando você percebe que não é (ou não foi) capaz de lidar tão bem quanto gostaria com uma situação. 

Expor-se a diferentes cenários – dentro ou fora do trabalho – facilita esse aprendizado. “Saia da rotina de vez em quando para perceber coisas novas”, diz Paula Chimenti, professora do Coppead, escola de negócios da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É a melhor forma de perceber o que você ainda precisa melhorar e o que já tem de bom. E ter essa percepção é o que ajuda na motivação. “É difícil desenvolver algo se você não sentiu a necessidade”, diz. Por isso, é preciso ter um olhar constantemente voltado à melhoria e ao crescimento pessoal para dar conta de notar seus pontos fortes e fracos. 

O desenvolvimento de competências não é um processo isolado, mas combinado a diversos fatores: seus objetivos e personalidade, a necessidade dos outros e o meio em que você quer crescer. “A relação entre competência e o contexto é inseparável”, diz Roberto Aylmer, professor da Fundação Dom Cabral, de Minas Gerais. O que vai diferenciar cada um são as atitudes, ou seja, as competências comportamentais. Já as competências técnicas são obtidas por meio de estudo e aprendizado contínuo. As de gestão são como você combina as anteriores de forma a ser um líder bem-sucedido. 

A seguir você encontra os cinco ingredientes relacionados com o comportamento que mais levaram as pessoas ao sucesso.

1. Equilíbrio emocional

“Você não tem como controlar os problemas, mas pode melhorar a forma como reage a eles”, diz Adriana Prates, da Dasein. Ter autonomia em relação aos sentimentos para escolher como vai se comportar faz parte do equilíbrio emocional. 

Para chegar a esse ponto, é preciso ser capaz de entender suas próprias emoções – que não devem ser suprimidas ou ignoradas, mas geridas. Assistir a si mesmo no dia a dia e perceber como você se sente e quais tipos de situação trazem determinadas reações é uma forma de melhorar essa habilidade. 

Saber, por exemplo, que você tende a ficar alterado com um tipo de cenário pode ajudá-lo a resolver o que causa aquilo e a monitorar ocasiões futuras. A resposta pode ser desde encontrar válvulas de escape, como um hobby, até fazer terapia ou mudar o ponto de vista. 

Se for difícil perceber onde estão seus pontos frágeis, peça a opinião de pessoas em quem você confia. “É como exercício físico, não dá para fazer um tempo e depois parar”, diz Adriana. 

2. Flexibilidade

“Ser flexível é aceitar o desconhecido”, diz Silvana Mello, da Lee Hecht Harrison. Sair da zona de conforto é difícil, mas essencial para ter flexibilidade para encarar coisas novas e mudar de ideia. “Tenha em mente que sempre podemos crescer mais, e que para isso precisamos conhecer o novo”, afirma. 

Fora do trabalho, vale desenvolver essa característica sempre que possível, se colocando em situações diferentes. A experiência diversificada, aliás, o ajudará a perceber quando você deve ser mais firme e quando deve mudar de ideia. Ser humilde em relação ao quanto você mesmo sabe sobre as coisas é importante. 

“Hoje as pessoas estão muito mimadas e pouco flexíveis”, diz Adriana. “Essa é com certeza uma competência que fará toda diferença nas empresas.” Mostre essa habilidade tendo abertura a opiniões diferentes das suas e mantendo o debate focado em ideias, e não em pessoas. O objetivo deve ser conseguir o melhor para todos – e não ter razão sempre.

3. Comprometimento e Execução

Dificilmente uma pessoa que deixa tarefas para a última hora e não consegue pensar nos resultados chegará ao topo. Mas, muitas vezes, é difícil manter um desempenho consistente, porque isso exige clareza sobre seus objetivos. 

“Quando você vê no trabalho um meio para atingir um fim, é mais fácil encontrar o comprometimento”, diz Adriana. Se você não cumpre seus prazos com a eficiência e rapidez que deveria, reavalie o que o impede de se envolver com aquela tarefa. 

Aplique o mesmo comprometimento na vida pessoal: não se atrase para encontros e cumpra sua palavra. Como qualquer hábito, o senso de urgência funciona melhor quando entra na rotina.

4. Etiqueta pessoal e profissional

“Etiqueta é saber reduzir a dissonância, a diferença entre você e o ambiente”, diz Roberto Aylmer, da Fundação Dom Cabral. “Quando a pessoa lê o ambiente e adota uma postura e linguagem compatíveis, pode ter uma grande força de integração.” 

É verdade que as primeiras impressões também têm a ver com a forma como nos portamos. Uma pessoa mais gentil passará uma impressão de maior credibilidade, ao mesmo tempo em que uma pessoa supercompetente mas pouco respeitosa causará uma péssima impressão. O jeito é prestar atenção em quem é admirado, estudar regras de etiqueta e, na dúvida, perguntar aos outros sobre qual a maneira apropriada de se vestir e de se comportar em certos ambientes.

5. Relacionamento e Network

Saber trabalhar com os outros para um objetivo em comum é requisito básico, não importa a sua posição. Se você não faz ideia de como o que você fala pode ser recebido pelos outros, é mau sinal. 

“É necessário entender o impacto que causa nas pessoas e não querer sempre que seu desejo prevaleça”, afirma Márcia Portazio, coordenadora do ESPM Carreiras, de São Paulo. E quem tem boa capacidade de relacionamento não faz discriminação e trata do mesmo modo o estagiário e o presidente – com atenção e respeito. Se você não está convencido sobre isso, pense também que as posições hoje podem rapidamente se inverter. 

O network precisa ser pensado a partir do que você oferecerá para o outro, e não só do que o outro pode trazer a você.  

Fonte:http://vocesa.uol.com.br/noticias/acervo/cinco-competencias-comportamentais-para-voce-ser-um-bom-lider.phtml#.V0YPXjUrLMz

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