Chefes metem medo até quando não querem

Duvida? Então, coloque-se no lugar de quem recebe ordens

Chefe, Competence Coaching

Alguns achados da ciência comprovam a velha ideia de que o poder muda as pessoas. Adam Galinsky, professor da escola de negócios da Universidade Columbia (em Nova York) e colaborador do New York Times e da Economist, conduziu duas pesquisas quantitativas em parceria com a Universidade Estadual de San Diego e mostrou que, à medida que uma pessoa ganha poder, sua voz registra maior estabilidade no tom, maior variação em volume e menor tensão – em outras palavras, fica mais firme, mais estável e frequentemente mais alta.

A questão vai além da voz. Envolve também as palavras e provoca o que Galinsky chama de “efeito de amplificação do poder”. Uma palavra aparentemente inocente pode soar como ameaça. “O problema é que os poderosos frequentemente esquecem do impacto que causam”, escreveu o pesquisador no New York Times. “Deter o poder, como mostra minha pesquisa, reduz a capacidade de avaliar como as palavras e os gestos de uma pessoa podem afetar outras.”

O próprio Galinsky provocou medo numa subordinada ao chamá-la para uma conversa com horário marcado, e pouco tempo depois foi “vítima” de uma convocação semelhante. Nas duas ocasiões, o que era apenas o agendamento de uma reunião de rotina transformou-se em horas de apreensão frente à possibilidade de uma notícia ruim. Isso o levou a tentar se colocar no lugar do subordinado e prever três tipos de situações às quais os chefes devem estar atentos para não disseminar o pânico: comunicações diretas, silêncio e ambiguidade.

O primeiro caso é de comentários espontâneos (às vezes impensados) que podem ganhar muito mais importância do que realmente têm. Para um novato num emprego, uma pequena reprovação soa como uma advertência grave. Balancear isso com um elogio posterior (se for merecido) é uma boa medida para desfazer o mal-estar.

Silêncios, como se sabe, criam especulações. Galinsky cita o caso real de um voo que teve uma queda brusca de altitude sem que fosse seguida de nenhuma palavra vinda da cabine de comando. Por isso, é importante, para quem detém autoridade, não deixar “pontas soltas” depois de acontecimentos ou anúncios importantes.

Finalmente, um exemplo de ambiguidade é o da conversa com hora marcada que originou toda a reflexão de Galinsky. Simplesmente dizer “preciso falar com você”, sem indicar o assunto nem dizer algo como “mas não é nada grave”, é pura ambiguidade. Um chefe precisa sempre lembrar que tem poder de punir, porque os subordinados nunca se esquecem disso.

Fonte:http://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2016/01/chefes-metem-medo-ate-quando-nao-querem.html

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